Resolvemos tirar férias em São Paulo. Janeiro, chuva, museus vazios e acomodações mais baratas. A pauliceia bem menos desvairada.
Assim como no Rio, em Sampa tenho dois times. Lá, Madureira e América, aqui, Juventus e Portuguesa. E assim começou a odisseia à procura de uma camiseta da Lusa ou do Moleque Travesso. Fomos na 25 de março, nos camelôs, lojas especializadas e até no museu do futebol:
- Moço, tem camiseta da Portuguesa?
- Tem, só a nova, com a velha nem trabalhamos mais.
- Ótimo.
- Aqui está.
- É Portuguesa, não Portugal.
- Ahh...Não tem.
- E a do Juventus?
- Tem a do Cristiano Ronaldo.
- É Juventus da Mooca, daqui de São Paulo.
Ele arregalou os olhos:
- São Paulo? São Paulo tem.
- Juventus de São Paulo.
- Nem sabia que existia esse time.
Fomos ao estádio da Portuguesa, o Canindé, e nos sugeriram comprar pela Internet. Desistimos.
Na era do futebol moderno é fácil encontrar camisetas da terceira divisão do futebol belga, mas difícil lembrar que existem os clubes de bairro, das pequenas cidades, das escolas e dos potreiros.
No último dia resolvemos visitar o Museu da Imigração, lá na Mooca, e acabei encontrando uma regata do Juventus paulistano. Foi melhor que vencer a Champions League, jogando FIFA, com a Juventus de Turim.
Tomaz Souza Tomaz Fantin de Souza é engenheiro mecânico e professor do Instituto Federal Sul-rio-grandense. Natural da cidade de Vacaria na Serra Gaúcha, mora em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre. Entre números e letras, em 2020 publicou o livro "Uma Passagem para Bratislava" e já participou de algumas coletâneas de contos. É egresso do Curso Online de Formação de Escritores